domingo, 27 de fevereiro de 2011

Jararaca aprovada na Lei de Incentivo MG

Acabamos de ver no site da Imprensa Oficial de MG que a revista Jararaca Alegre foi aprovada pela Lei Estadual de Incentivo à Cultura (LEIC). É o que nós queríamos, pra dar um gás na revista. A duras penas temos conseguido publicar uma edição caprichada por ano (na verdade, se não fosse caprichada dava pra publicar umas 3, mas não queremos regredir não é mesmo?) Agora, se conseguirmos captar a verba, poderemos publicar periodicamentge, a principio de 3 em 3 meses.

Funciona da seguinte forma: o patrocinador pode destinar entre 3 e 10 por cento de seu ICMS para o projeto cultural que for aprovado pela LEIC. O contribuinte escolhe para onde vai destinar parte do seu imposto. Isso é bacana! Foram muitos projetos interessantes aprovados, e se o nosso está entre eles, deve ser interessante também né não?... Acho que sim, porque a revista agrada geral, o que nos dá força pra seguir na luta.

Se você tem uma empresa que paga ICMS ou conhece alguém que tenha e possa se interessar em apoiar nosso projeto, entre em contato! Pode ser aqui pelo blog mesmo que eu retorno! Ou pelo meu cel: (33) 9191-0021. Veja os últimos lançamentos jararacais no link Lançamentos (ao lado).

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Programa pra este sábado

Tá feito o convite duplo!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Clássico do dia!


Pessoal, acabo de adicionar mais um blogbrother. o site "Classico do dia" apresenta um clássico (do rock, do que mais seria?) por dia. (informação redundante, eu sei) Vai lá: http://classicododia.com/

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Cabeto nesta sexta


Nesta sexta, Cabeto e banda (Juliana, Kim e Avelar) se apresentam no Conservatório etc etc (não vou ficar repetindo o que já tá no flyer aí em cima...) O barzinho é muito legal, o som deles é duca, e ainda tem o CD "Cadê o trem" de grátis pros primeiros 50 que chegarem. Um lançamento Jararaca Records! Bora lá!

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Minha versão da história


Em 1985, quando Tancredo foi eleito presidente do Brasil, estava jogada a última pá de cal na ditadura militar que existia no Brasil desde que eu nascí (Na verdade, começou um ano depois). Eu não sabia o que era viver num regime de direito, só sabia que o governo podia escolher o que eu ia ler, ouvir, até mesmo pensar. Pelo menos tecnicamente, claro.

No dia seguinte à eleição do Tancredo, publiquei uma charge alusiva a isto no meu quadrilátero no canto superior direito da página de opinião do Diário do Rio Doce, em Governador Valadares. Eu era o chargista do jornal. Peguei esta charge e mais 80 das que tinham sido publicadas ali desde o início da campanha das Diretas Já, que gerou este desfecho, mais alguns textos de humor que publicava no jornal A Semana, em Caratinga, e transformei tudo em um livro.

Intitulado "Uai... alguma coisa está errada", ele foi lançado em fevereiro de 85 - dois meses antes de Tancredo morrer. E um mês depois de sua eleição!

Como eu consegui fazer isto? Bem, eu já tinha planejado o livro desde o fim do ano anterior, tinha conseguido patrocinios, tinha feito uma festa com o "Som Temporal" cuja renda era destinada a financiar o livro, tinha dado a entrada $$$$ na gráfica e ja estava selecionando os desenhos que iam entrar. Quando publiquei a charge final, em 16 de janeiro, o livro ja tava praticamente pronto pra entrar no prelo. Só finalizei e mandei. Assim que ficou pronto, fiz o lançamento com uma big festa no Esporte Clube Caratinga. Juarez fez um monólogo teatral, Borracha apresentou capoeira com seu grupo, Cabeto, Jacqueline e Luis Claudio tocaram rocknroll (era o embrião da banda "Eclipse"), o Som Temporal fez a música ambiente (salve Rodrigo!) e rolou vinho da melhor qualidade, da Adega Cogumelo Amarelo, partocinado pelo jornal A Semana, que na época era do Claudio e do Lysias Leitão.

Depois da festa ainda fomos pra Adega, só a diretoria, pra curtir o resto da noite...

É esse livro que vai sair de novo agora, quando se comemoram 25 anos do fim da ditadura (ta bom, já são 26, fazer o que, custei a conseguir fechar os patrocinios!) e o centenário de Tancredo. Ele será lançado em breve, em São João Del Rei, BH e Caratinga (por enquanto). São João porque é a terra do Tancredo. O convite foi feito pelo Jairo Faria, da UFSJ, que quer incluir o lançamento na programação do Inverno Cultural. Em BH deve ser no Palácio das Artes, com apoio da livraria Usina das Letras, e em Caratinga a gente vai ver ainda, porque quem me conhece sabe que, aqui, eu gosto de fazer é uma festa de arromba.

Esta edição está revista e ampliada: eu colori todos os desenhos à mão (aquarela, lapis aquarelado e nankim), desta vez será só um desenho por página (da outra foram quatro), será todo em couché fosco pra valorizar os desenhos. Terão vários textos contextualizando os fatos. Enfim, luxo puro.

Tudo isto foi possível pelo apoio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura. Meus patrocinadores são a Viação Riodoce - é incrível, eles SEMPRE me patrocinam desde sempre!!!, o Supermercado do Irmão e o Café Riopreto. Ainda no quesito patrocínio, tive apoio do Daniel Fernandes, da revista Itaúna, na captação. Sem eles, nada disso seria possível.

Esse texto já tá muito grande, então aguardem mais detalhes. O livro já táquase pronto pra entrar no prelo. Depois a gente fala sobre datas.

EM TEMPO: Voltando a 1985, depois que fiz a última charge da vitória de Tancredo e do fim da ditadura, fui comemorar junto à nação roqueira no primeiro Rock in Rio, junto com meu brother Alexandre Camaleão Desbundado Daladier Cogumelo Pereira, vulgo Bípede Penoso Contemporâneo, ou seja, Galo Nooooovo. Cara, foi moooooito bom. Mas isso é outra história!

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Pobre menino rico

Morreu o herdeiro de um dos fundadores do capitalismo americano. Seu avô, o primeiro John Paul Getty, é a encarnação do Tio Patinhas. (só como curiosidade: existe uma foto dele, junto dos Beatles em sua primeira visita aos Estados Unidos, em que ele usa uma "peruca beatle", que era vendida nas lojas de 1,99 da época).
Vejam a trágica biografia de John Paul Getty III no obituário acima (O Globo, 9 de fevereiro de 2010) e tirem suas conclusões... eu me senti inspirado a escrever alguma coisa sobre como dinheiro não traz felicidade, ou sobre a finitude da vida ou a insignificância do ser diante do nada... mas me deu uma preguiiiça...

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

O blog da Juliana


Juliana é criativa, tem senso de humor, é minha filha, é linda e faz publicidade na Una(BH), onde está se revelando uma ótima designer gráfica. Coruja que sou, divulgo o blog dela, onde posta suas artes e manhas (como esta dos Simpsons, aí em cima): http://julsenra.blogspot.com/

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Sobre a cultura em Caratinga



“Falta de cultura pra cuspir na estrutura” (Raul Seixas)




Vivemos numa cidade do interior, provinciana como como toda cidade do interior, até mesmo aquelas que se acham mais cosmopolitas... sei disso porque atuo em várias cidades, como Ipatinga, Montes Claros, Itabira, São João Del Rei e outras; em todas elas, a cultura é valorizada, os agentes culturais produzem com apoio oficial e da comunidade, mas são atacados por todos os lados por cobranças que, traduzindo, resumem-se a esta frase: “podia ser muito mais!”

Por exemplo, Itabira, onde fiz uma exposição de desenhos sobre poesia de Drummond junto a Ziraldo, na Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade, ajudei a organizar o Salão Drummond de Humor e participei do encontro de ilustradores “Tropeirão Ilustrado”: a cidade tem uma fundação que é um gigante da cultura, uma programação anual intensa, uma lei de incentivo eficaz, mas o que eu vi de gente malhando a cultura da cidade, foi brincadeira! Até viraram pra mim e disseram, “Caratinga sim, é que é uma cidade cultural!”

Vi o mesmo em São João Del Rei, onde estive lançando a Jararaca Alegre dentro do Inverno Cultural da Universidade Federal de São João Del Rei, no ano passado, e estarei lançando meu livro “Uai... alguma coisa está errada – 2ª edição” no próximo Inverno Cultural, em julho (depois falo sobre este livro, Caratinga é prioridade nos lançamentos!). Lá, também, que eu acho um paraíso da cultura (e ainda tem Tiradentes bem do lado!), eu vi gente reclamando.

Ipatinga e Timóteo, no Vale do Aço, tem as fundações Usicultura e Acesita, que garantem investimentos vultosíssimos e financiam a cultura o ano inteiro, fora o apoio dos municípios - lá também eu vi reclamação.

E por aí vai, até chegar a BH, onde passo boa parte do meu tempo: eu acho a capital mineira o máximo pra quem curte prazeres culturais, como eu. Basta pegar um jornal diário da grande BH e ir no caderno de cultura e escolher entre exposições, teatro, cinema, cursos, oficinas e, principalmente, música, muita música – desde a de outros estados que aportam lá, quanto a feita localmente, de forma autoral ou releituras. É muito alto o nível da programação diária de música em BH. Mesmo assim, a gente vê pessoas reclamando que BH é uma “roça grande” e não tem opções culturais. Parece brincadeira! Principalmente levando-se em conta que tem pra todos os bolsos, desde o 0-800 até o balcão do Palácio das Artes.

E Caratinga, onde entra nessa história?

Calma, entra agora: nossa cidade pode ser conhecida como “cidade cultural” lá fora, mas até hoje só era isso tudo porque os agentes culturais locais – entre os quais me incluo, quem disser que não será desmascarado até pelas pedras que repousam debaixo do asfalto das ruas – sempre fizeram sua parte. Lutando contra todo tipo de adversidade, por não ter tido ainda uma política oficial de apoio à cultura.

Esta política hoje existe. Editais públicos como a Lei Municipal de Incentivo à Cultura, o Fundo Municipal de Cultura e os concursos anuais de literatura viabilizam a produção local. Através do fundo, por exemplo, em 2010 foram lançados livros, CDs, revistas (a Jararaca Alegre inclusa), foram realizadas oficinas e cursos, foram feitas sessões de cinema nas escolas e outros eventos.

Uma Secretaria de Cultura recém criada não tem obrigação de fazer oba oba na rua pra dar satisfação. O principal é estabelecer uma política cultural, que apóie e valorize a produção local, viabilize realizações que partam de baixo pra cima, ações localizadas que prestigiem grupos e tribos culturais, que tire o pires da mão dos agentes culturais para que eles parem de “mendigar” apoio e possam criar e produzir com dignidade.

Este trabalho começou a ser feito pelo Secretário de Cultura Juarez Gomes de Sá. Nós, agentes culturais de Caratinga, não tínhamos dúvida de que ele seria capaz, pois acompanhamos seu trabalho desde sempre. Com a pouca verba de que dispõe, e com a humildade e ausência de ego que lhe é característica, Juarez vem fazendo um trabalho hercúleo, partindo de um pequeno Davi liliputiano.

Que o Juarez continue este trabalho que começou tão bem, e torço para que este trabalho tenha continuidade com os próximos ocupantes daquela cadeira. Pra quem não gosta, não se interessa e nunca fez nada pela cultura, o trabalho dele pode até não estar aparecendo. Mas pra quem ralou a vida inteira nesta área, e digo isso em nome da grande maioria da classe cultural de Caratinga, o trabalho de Juarez merece todo o nosso aplauso.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Renata Cordeiro

                  
Nossa amiga Renata Cordeiro lança seu primeiro CD no próximo dia 26/02, com um show no Coreto Ronaldinho Calazans, na praça Cesário Alvim, em Caratinga. Tive a honra de produzir o encarte deste trabalho, que tem o selo da JARARACA RECORDS! As fotos são do Rafu e a produção do CD ficou a cargo do super músico mestre maestro WR Batista.

O CD ficou muito bom! A renata é talentosíssima, e ainda conta com a irmã, Maria Fernanda Marques, como parceira nas letras. (As duas são lindas!) Vamos estar todos lá no coreto pra curtir este show da Renata e desejar sucesso pra ela em sua carreira.

Conheça o trabalho da Renata: http://www.myspace.com/renatacordeiro

Em tempo: o CD foi lançado com apoio do Fundo Municipal de Cultura de Caratinga. 

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Keef


Acabo de ler a última página - a 612 - de "Vida", a autobiografia de Keith Richards, "Keef" pros íntimos. Devorei o livro como um prato suculento, nada diet, nem um pouco light. Se fosse uma comida, com certeza seria um leitão à pururuca, super temperado, com batatas coradas em volta e uma maçã na boca. Acompanhado de Jack Daniels (não tomo mais isso, mas entendo muito bem). Se fosse uma droga, seria... ah, seria todas.

Keith fala como um brother sentado do seu lado na mesa de um boteco, lembrando velhas aventuras, sem autoindulgência, e se mostra um cara até bastante sensível pro galo de terreiro que ele sempre foi. Porrada sim, mas sem perder la ternura jamás. Seu amor pela música está acima de tudo. Seu amor pelos Stones é decorrência disso, e ele é o responsável pela banda estar unida até hoje, apesar da morte de Brian Jones, das prisões semanais nos anos 60/70, da egolatria de Mick Jagger e, principalmente, do decorrer do tempo.

Não era pra uma banda de rock que começou em 1962 e foi responsável, ao lado dos Beatles, pelo boom do rock'n'roll dos anos 60, estar viva até hoje. Viva e pulsante. Tome-se o último álbum de estúdio dos Rolling Stones, "A bigger bang" (2005). Poderia ser um disco de encheção de linguiça, daqueles que vivem do passado da banda, que servem só de desculpa para mais uma turnê caça-níqueis. Pois o disco é uma aula de rock. A energia é a de uma banda principiante, com membros na casa dos 20 aninhos. É uma porrada na cara do que se faz de rock hoje em dia - salvo raríssimas e respeitosas excessões, que não estou aqui pra generalizar, mas vamos e venhamos: o rock atual é uma viadagem sem tamanho. E a turnê que se seguiu ainda teve aquele showzasso em Copacabana, que eu ví de camarote, com meu filho Felipe e uma turma de amigos dinossauros, num apê alugado pra isso, ao lado do Copacabana Palace. Delírio puro. Os caras botaram 2 milhões pra pular nas areias da praia. 220 na tomada.

Keith é um verdadeiro laboratório de testes de substâncias químicas. Todas as drogas que foram inventadas até hoje, destinadas a fazer a cabeça, chapar, alucinar, viajar etc, foram testadas no seu campo de provas humano. Depois do seu OK de controle de qualidade é que elas foram comercializadas. E ele tá aí até hoje. Uma verdadeira propaganda negativa das campanhas antidrogas. "Drogas matam". "Matam nada, olha o Keith Richards!"

Mas o que me encantou no livro foi sua postura, sua integridade artística e humana, seu amor à arte, o jeito que ele valoriza cada pequena experiência de vida, sua autenticidade, suas atitudes como pai. Ele só confirmou o que eu sempre achei dele: Keith é o rock'n'roll em pessoa. Adorei ver sua versão sobre tantas histórias que eu já conhecia, a respeito da banda ou dele mesmo. Não sei fazer crítica profissional, essa você encontra fácil digitando no google, toda a imprensa mundial resenhou este livro... minha crítica é de roqueiro.

Sou fã dos Stones desde sempre, devoro sua música como se fosse a primeira vez, lí o livro inteirinho ouvindo discos relacionados a cada trecho que estava lendo... nada como uma trilha sonora pra leitura! Minha crítica como roqueiro e fã dos Stones - que eu acho válida, uma vez que é a nós que o livro se destina - é que o livro é perfeito, a não ser pelo número de páginas, devia ter mais de mil.